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CONCEITO DE LITERATURA - Literatura escrita vs literatura oral (oratura)



CONCEITO DE LITERATURA

O termo literatura significou o saber relativo a arte de escrever e ler, gramática, instrução e erudição.

Nas diversas línguas europeias, até ao século XVII, o conteúdo semântico de literatura dizia respeito ao saber e a ciência em geral.

A literatura é considerada uma arte e também um conjunto de manifestações dessa arte, isto é, um conjunto de textos que se singularizam pela presença de determinados valores estéticos (texto de Diderot, escrito em 1751).

O termo literatura passou a significar também o conjunto da produção literária de um determinado país, tornando-se óbvias as implicações filosófico-políticas de conceito literatura nacional: cada país possuiria uma literatura com características próprias, uma literatura que seria expressão do espírito nacional e que constituiria, por conseguinte, um dos factores relevantes a ter em conta para se caracterizar a natureza peculiar de cada nação.


Exercícios

  • 1. Que significado teve o termo “literatura” até ao século XVIII?
  • 2  Quando surgiu a designação “belle literatture”? O que significava esta expressão?
  • 3.  Qual é o conceito de literatura de acordo com Diderot.

 

Literatura escrita vs literatura oral (oratura)

A literatura sobre a forma escrita tem base oral. Isto significa que as primeiras manifestações artísticas surgiram por via oral, pois a oralidade é mais antiga e o Homem sempre teve necessidade de exprimir sentimentos, relatar eventos e retratar realidades através da arte (cantos, poesia, dramas e histórias orais).

 

Literatura oral

Literatura escrita

Composição

Na memória

No papel

Transmissão

Oral (de uma pessoa para a outra

Escrita (do papel ao leitor)

Autor

Desconhecido

Identificado

Código

Misto (palavras, gestos, imagens, etc.)

Verbal (escrita)

Conteúdo

Sujeito a mudanças

Inalterável, fixo

 

Narrativa Ficcional

Vivemos rodeados de narrativas histórias das nossas famílias, dos nossos antepassados, da cidade e do país onde vivemos. Ouvimos também histórias de personagens fantásticas, de sonhos, de terror. Em síntese, ouvimos, contamos, lemos, assistimos, imaginamos histórias.

Conto

Um conto é uma narrativa pouco extensa contendo um único drama, um único conflito. Tem uma só acção, uma só história. O espaço da acção é restrito. A acção não muda de lugar e, quando acontece mudar, perde a dramaticidade. O objectivo do conto é proporcionar uma impressão única no leitor.

No Dicionário de Narratologia, Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes recordam que “as categorias da narrativa que de modo mais notório são atingidas pela reduzida extensão do conto são a acção, a personagem, o tempo. No que à primeira diz respeito, importa notar que o conto tende à concentração dos eventos: sendo normalmente linear, sem consentir a inserção das narrativas secundárias que o romance admite, a acção do conto baseia-se precisamente nessa concentração e nessa linearidade a sua capacidade de seduzir o receptor (…). Noutros casos (…) é um simples incidente do quotidiano, com algum significado humano, que suporta o desenrolar da acção.”

Em síntese, são ingredientes fundamentais de um conto a existência de uma acção, um lugar, um tempo e um tom.

 

Romance

Um romance é um relato pormenorizado de uma história com início, meio e fim.

Apresenta vários conflitos que se vão desenvolvendo com as peripécias de inúmeras personagens que se apresentam bem definidas no espaço, tempo e traços psicológicos.

Assim, Reis e Lopes definem o romance como um “género narrativo distinto do conto e da novela. Desde logo, no romance relata-se normalmente uma acção relativamente extensa, eventualmente complicada por ramificações secundárias, podendo implicar componentes de ordem social, cultural ou psicológica e envolvendo de modo decisivo o destino das personagens (…) intérpretes qualificados da acção são as personagens, também elas normalmente em quantidade e complexidade mais elevada do que a que nos restantes géneros narrativos se revela; é sobretudo a partir da caracterização (…) que se apreende essa complexidade, traduzida também, por exemplo, no que respeita à vida psicológica (…); neste aspecto, o romance é, por excelência, o lugar da revelação de personagens atravessadas por conflitos íntimos, traumas e obsessões que no seu discurso interior encontram o espaço privilegiado de inscrição.”


Crónica

Actualmente, destina-se à publicação em jornal ou revista. Por isso se conclui que está ligada a acontecimentos diários.

A crónica é, assim, o acontecimento diário sob a visão recriada do cronista. Este é, essencialmente, um observador, um espectador que narra com arte a visão da sociedade em que vive, através dos factos do dia-a-dia.

Crónica

Principais características

- Comenta temas do quotidiano, factos, notícias.

- É um texto curto, pelo facto de ser publicado num jornal ou numa revista.

- É um texto subjectivo, pois expressa a opinião do seu autor.

- O foco narrativo é centrado no emissor (1ª pessoa) e no referente (3ª pessoa).

- Há uma espécie de diálogo virtual com o leitor.

Linguagem

- Na crónica verifica-se a existência de:

·      Discurso directo e espontâneo;

·      Marcas do código oral e do texto literário;

·      Predomínio das funções emotiva e poética.

 

Exercício

  1. Distingue o conto literários do romance e da novela.

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